O Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul aceitou a denúncia contra o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), e dois servidores pelos crimes de corrupção e falsidade ideológica para garantir votos e conquistar sua reeleição em 2020. Se condenado, o tucano pode ficar inelegível pelos próximos oito anos.
A Procuradoria Regional Eleitoral afirma que há provas de que Iunes cometeu os crimes de corrupção eleitoral 24 vezes e o de falsidade ideológica sete vezes. Além do prefeito, tornaram-se réus o assessor Marconi de Souza Júnior e a servidora técnica de Saúde Mariluce Gonçalves Leão, responsável pela Central de Regulação da Secretaria de Saúde, a Casa Verde.
Para o magistrado, a denúncia está baseada em elementos suficientes de indícios de que houve crimes. Como Marcelo Iunes é prefeito de Corumbá, o processo deve correr direto no TRE-MS.
Conforme a denúncia, em conluio com Marcelo Iunes, os dois comissionados, no período de campanha, entre 26 de fevereiro de 2019 e 2 de novembro de 2020, deram, ofereceram e prometeram dinheiro, cestas básicas e remédios, além de outras vantagens, em troca de votos.
No dia 4 de novembro de 2020, Marconi foi abordado pela Polícia Federal, após sair do diretório de campanha eleitoral do PSDB corumbaense, e foi encontrada uma planilha de dados com número do título de eleitor, seção e zona eleitoral de dezenas de eleitores, além de R$ 7.750,00 em espécie, divididos em porções de R$ 250,00 cada.
Após quebra de sigilo telefônico, as investigações apontaram indícios da existência de uma associação criminosa composta por agentes públicos e políticos para a prática de crimes eleitorais.
Os três réus negam as acusações. A sessão de julgamento do TRE-MS que pode selar o destino de Marcelo Iunes tem início às 17h da terça-feira, 4 de maio.